Myrtaceae

Myrceugenia euosma (O.Berg) D.Legrand

Como citar:

Gláucia Crispim Ferreira; Mário Gomes. 2020. Myrceugenia euosma (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

542.060,166 Km2

AOO:

844,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Espécie não endêmica do Brasil (Leonardo Meireles, comunicação pessoal, 2020), no Brasil apresenta a seguinte distribuição (Flora do Brasil 2020 em Construção, 2020): PARANÁ, Almirante Tamandaré, Apucarana, Araucária, Balsa Nova, Bituruna, Campina Grande do Sul, Campo do Tenente, Campo Largo, Campo Mourão, Cascavel, Castro, Clevelândia, Colombo, Contenda, Coronel Domingos Soares, Cruz Machado, Curitiba, Dois Vizinhos, Fernandes Pinheiro, General Carneiro, Guamiranga, Guarapuava, Guaraqueçaba, Inácio Martins, Irati, Lapa, Laranjeiras do Sul, Londrina, Mandirituba, Mangueirinha, Marmeleiro, Palmeira, Paulo Frontin, Pinhais, Pinhão, Piraí do Sul, Piraquara, Quatro Barras, Rebouças, Rio Branco do Sul, Rio Negro, Santa Helena, São João do Triunfo, São João do Triunfo, São José dos Pinhais, São Mateus do Sul, Tamarana, Teixeira Soares, Tijucas do Sul, Tuneiras do Oeste, Turvo, Ventania e Virmond. RIO GRANDE DO SUL, Arroio Grande, Bagé, Barracão, Bom Jesus, Caçapava do Sul, Cambará do Sul, Canguçu, Caxias do Sul, Dom Feliciano, Encruzilhada do Sul, Esmeralda, Estrela, Farroupilha, Giruá, Herval, Ijuí, Jaguari, Jaquirana, Nova Prata, Osório, Panambi, Passo Fundo, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Santana do Livramento, São Borja, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, São Luiz Gonzaga, São Vicente do Sul, Seberi, Soledade, Tabaí, Tupanciretã, Vacaria, Venâncio Aires e Viamão. SANTA CATARINA, Abelardo Luz, Água Doce, Anita Garibaldi, Bom Jardim da Serra, Bom Jesus, Bom Retiro, Caçador, Campo Alegre, Campo Belo do Sul, Campo Erê, Campos Novos, Canoinhas, Chapecó, Curitibanos, Dionísio Cerqueira, Guaraciaba, Irani, Irineópolis, Itaiópolis, Joaçaba, Joinville, Lages, Lebon Régis, Mafra, Orleans, Otacílio Costa, Palmeira, Papanduva, Rio Negrinho, São Cristóvão do Sul, Santa Cecília, São Bento do Sul, São Cristóvão do Sul, São Domingos, São Joaquim, Três Barras, Turvo, Urubici, Urupema, Vargem Bonita, Videira e Xanxerê. SÃO PAULO, Paranapanema e São Paulo.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Gláucia Crispim Ferreira
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore não endêmica do Brasil (Leonardo Meireles, comunicação pessoal, 2020). Popularmente conhecida por Camboim, Cambuizinho, Guamirim, Guamirim-da-folha-fina, foi coletada em Campo de Altitude, Campo Limpo, Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) e Floresta Ombrófila Mista associadas a Mata Atlântica nos estados do Paraná, Rio Grande Do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=493103 km², constante presença em herbários, inclusive com coleta recente, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas florestais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias de forma frequente/ocasional na maior parte das localidades em que foi registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Último avistamento: 2019
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Anales Mus. Nac. Montevideo ser. 2, 4, no. 11: 40, 1936. Popularmente conhecida como guamirim-da-folha-fina ou cambuizinho (Lorenzi, 1998), Camboim e Guamirim (Leonardo Meireles, comunicação pessoal, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: M. euosma possui madeira pouco resistente, utilizada para moirões de cerca, lenha e carvão (Lorenzi, 1998).

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, small tree
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude, Campo Limpo, Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Campos de Altitude, Floresta Ombrófila Mista
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland Grassland, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em Construção, 2020. Myrceugenia. Flora do Brasil 2020 Em Construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10638 (acesso em: 10 de maio de 2020).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.1.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present regional high
A Floresta Ombrófila Mista apresenta estratos nem sempre bem definidos, uma vez que seus remanescentes encontram-se atualmente fragmentados e degradados, devido à intensa exploração madeireira, principalmente de espécies de grande valor econômico. Ademais, o desmatamento aliado à conversão das áreas florestais para outros usos do solo, como agricultura e pecuária com roçadas periódicas do sub-bosque e regenerantes, têm contribuído com estas alterações estruturais. No entorno do fragmento florestal há pastagens com bovinos e indícios de exploração madeireira (Vibrans et al., 2011). Ao longo de sua distribuição geográfica acompanha o intenso desmatamento das florestas de Araucária nos estado da região sul do Brasil, principalmente nos estados de Santa Catarina e Paraná, bem como a implantação da silvicultura nesses estados (Augusto Giaretta e Karine Valdemarin, comunicação pessoal, 2020).
Referências:
  1. Vibrans, A.C., Sevegnani, L., Gasper, A.L. de, Lingner, D.V., 2013. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, vol III: Floresta Ombrófila Mista. Edifurb, Blumenau.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional Lagoas do Sul para a conservação da flora melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas e dos ecossistemas das lagoas da planície costeira do sul do Brasil (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Bagé - 27 (RS), Território Planalto Sul - 24 (RS, SC), Território Paraná - 19 (SP, PR), Território Santa Maria - 25 (RS), Território Planalto Sul - 2, Território Chapecó - 22 (SC), Território São Paulo - 20 (SP).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba (US), Área de Proteção Ambiental do Iraí (US), Área de Proteção Ambiental Estadual da Escarpa Devoniana (US), Área de Proteção Ambiental Estadual da Serra da Esperança (US), Área de Proteção Ambiental Estadual do Piraquara (US), Floresta Nacional de São Francisco de Paula (US), Floresta Nacional de Três Barras (US), Parque Nacional de Aparados da Serra (PI), Parque Nacional de São Joaquim (PI), Parque Nacional do Itatiaia (PI).
Ação Situação
5.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi avaliada como Extinto (EX) na lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA, 2016).
Referências:
  1. SMA - Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2016. Resolução nº 57, de 05 de junho de 2016. Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado de São Paulo, 07/06/2016, Seção I, pp. 69-71. URL https://cetesb.sp.gov.br/licenciamentoambiental/wp-content/uploads/sites/32/2019/05/Resolução-SMA-nz-57-2016.pdf. (acesso em [dia] de [mês] 2020).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
M. euosma possui madeira utilizada para lenha e carvão (Lorenzi, 1998).
Referências:
  1. Lorenzi, H., 1998. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, 2nd ed. Editora Plantarum, Nova Odessa.
Uso Proveniência Recurso
2. Food - animal natural fruit
Os frutos são consumidos por pelo menos nove espécies de aves em Santa Catarina (Costa et al., 2017, Leonardo Meireles, comunicação pessoal, 2020).
Referências:
  1. Costa, N.C.F. da, Stedille, L.I.B., Ferreira, P.I., Gomes, J.P., Mantovani, A., 2017. Dispersão e Caracterização de Frutos de Myrceugenia euosma em Floresta Ombrófila Mista no Sul do Brasil. Floresta e Ambient. 24. https://doi.org/10.1590/2179-8087.057913